Mais de 20 acidentes/dia com motos
Eles estão por todos os lados. Passam pela direita, pela esquerda dos carros, no meio das faixas. Colocam-se em situações de perigo repetidas vezes. Sempre com pressa e quase nunca seguindo os cuidados necessários. Os motociclistas são hoje uma presença constante no trânsito urbano, atraídos pelo preço mais em conta das motos e a agilidade que tais máquinas permitem no tráfego lento de cidades como Natal. Porém isso tudo tem um preço.
E os números não deixam dúvidas quanto ao preço que vem sendo pago pela imprudência de parte dos motociclistas e também dos motoristas com relação a eles. Uma média de 22 pacientes dão entrada no Walfredo Gurgel, diariamente, por conta de acidentes de moto. E oito em cada dez chamadas do Samu Natal para ocorrências no trânsito envolvem esses tipos de veículos. Informações extraoficiais apontam para uma morte a cada três dias.
E os dados não tendem a se tornar mais amenos. A frota de motos não para de crescer, são hoje mais de 300 mil por todo o Rio Grande do Norte, representando 38% do total de veículos. Desde 2006, enquanto o número de automóveis subiu 44% no Estado, o de motos cresceu quase o dobro, 86%. Na capital o ritmo é ainda mais diferenciado, com percentuais de 29% e 83%, respectivamente.
Consultor e instrutor de trânsito há 10 anos, Bernardino Marcelino aponta algumas alternativas para enfrentar os problemas decorrentes do crescimento do número de motos nas ruas. “O primeiro passo chama-se educação, o segundo fiscalização e o terceiro é engenharia de trânsito. Nossa malha viária hoje deixa muito a desejar”, resume.
Ele vem ministrando cursos de pilotagem consciente para voluntários, pela Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal (Semob), em parceria com o Samu Natal e a Polícia Rodoviária Federal, e irá dar início ao mesmo treinamento através do Detran, nos próximos meses. Ao todo, 120 motociclistas já foram capacitados e a fila de espera por novas turmas é de mais de 2 mil.
O especialista entende que o grande problema nas ruas é mesmo a imprudência. “Há ainda uma falta de respeito com a vida, a própria e a do outro, e o maior agravante é a ingestão de bebida alcoólica, principalmente da quinta-feira ao domingo.” Somado a isso, ele aponta erros primários e comuns na condução dos veículos de duas rodas.
“A gente encontra pessoas usando a motocicleta de forma errada, como pilotando de pernas abertas, o que reduz o controle da máquina. Tem gente levando a sandália pra passear, pendurada no guidom da moto. E acontece muito também o uso incorreto do capacete, no cotovelo. Quando você leva o capacete assim, a probabilidade de um acidente é 100%, pois na hora em que vira o guidom, ele vai bater e atrapalhar”, descreve.
O instrutor “Bernar”, como é mais conhecido, também orienta os pilotos a terem “mais respeito pelos pés”, já que é proibido pilotar descalço e o código exige “calçados que se firmem”. “Alguns espertos, que querem enganar a polícia, pegam uma sandália comum e colocam uma tira, mas estão enganando a si próprios. Outros dirigem com o pé para baixo, que chamamos de bico de pato.”
Samu percebe aumento de ocorrências
A enfermeira do Samu Natal, Wilma Maria, afirma que em cada dez acidentes de trânsito atendidos pelo serviço, geralmente oito envolvem motocicletas. “A moto hoje é um utensílio necessário, a gente sabe que para a população é melhor e vão continuar comprando essas motos. O que está faltando é a a precaução ao pilotar. Precisa haver mais capacitação e principalmente todos dirigirem pensando no outro”, observa.
Ela aponta que grande parte dos acidentes de motos estão ocorrendo com as de menor cilindrada. O instrutor Bernardino Marcelino acrescenta que a fiscalização ainda é carente em relação a esses veículos.
“É preciso mais fiscalização sobre os chamados ciclomotores e motonetas. Estamos vendo aí na rua crianças de 10, 12, 14 anos com motonetas, não está havendo uma fiscalização”, lamenta Bernardino.
* Tribuna do Norte
Eles estão por todos os lados. Passam pela direita, pela esquerda dos carros, no meio das faixas. Colocam-se em situações de perigo repetidas vezes. Sempre com pressa e quase nunca seguindo os cuidados necessários. Os motociclistas são hoje uma presença constante no trânsito urbano, atraídos pelo preço mais em conta das motos e a agilidade que tais máquinas permitem no tráfego lento de cidades como Natal. Porém isso tudo tem um preço.
E os números não deixam dúvidas quanto ao preço que vem sendo pago pela imprudência de parte dos motociclistas e também dos motoristas com relação a eles. Uma média de 22 pacientes dão entrada no Walfredo Gurgel, diariamente, por conta de acidentes de moto. E oito em cada dez chamadas do Samu Natal para ocorrências no trânsito envolvem esses tipos de veículos. Informações extraoficiais apontam para uma morte a cada três dias.
E os dados não tendem a se tornar mais amenos. A frota de motos não para de crescer, são hoje mais de 300 mil por todo o Rio Grande do Norte, representando 38% do total de veículos. Desde 2006, enquanto o número de automóveis subiu 44% no Estado, o de motos cresceu quase o dobro, 86%. Na capital o ritmo é ainda mais diferenciado, com percentuais de 29% e 83%, respectivamente.
Consultor e instrutor de trânsito há 10 anos, Bernardino Marcelino aponta algumas alternativas para enfrentar os problemas decorrentes do crescimento do número de motos nas ruas. “O primeiro passo chama-se educação, o segundo fiscalização e o terceiro é engenharia de trânsito. Nossa malha viária hoje deixa muito a desejar”, resume.
Ele vem ministrando cursos de pilotagem consciente para voluntários, pela Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal (Semob), em parceria com o Samu Natal e a Polícia Rodoviária Federal, e irá dar início ao mesmo treinamento através do Detran, nos próximos meses. Ao todo, 120 motociclistas já foram capacitados e a fila de espera por novas turmas é de mais de 2 mil.
O especialista entende que o grande problema nas ruas é mesmo a imprudência. “Há ainda uma falta de respeito com a vida, a própria e a do outro, e o maior agravante é a ingestão de bebida alcoólica, principalmente da quinta-feira ao domingo.” Somado a isso, ele aponta erros primários e comuns na condução dos veículos de duas rodas.
“A gente encontra pessoas usando a motocicleta de forma errada, como pilotando de pernas abertas, o que reduz o controle da máquina. Tem gente levando a sandália pra passear, pendurada no guidom da moto. E acontece muito também o uso incorreto do capacete, no cotovelo. Quando você leva o capacete assim, a probabilidade de um acidente é 100%, pois na hora em que vira o guidom, ele vai bater e atrapalhar”, descreve.
O instrutor “Bernar”, como é mais conhecido, também orienta os pilotos a terem “mais respeito pelos pés”, já que é proibido pilotar descalço e o código exige “calçados que se firmem”. “Alguns espertos, que querem enganar a polícia, pegam uma sandália comum e colocam uma tira, mas estão enganando a si próprios. Outros dirigem com o pé para baixo, que chamamos de bico de pato.”
Samu percebe aumento de ocorrências
A enfermeira do Samu Natal, Wilma Maria, afirma que em cada dez acidentes de trânsito atendidos pelo serviço, geralmente oito envolvem motocicletas. “A moto hoje é um utensílio necessário, a gente sabe que para a população é melhor e vão continuar comprando essas motos. O que está faltando é a a precaução ao pilotar. Precisa haver mais capacitação e principalmente todos dirigirem pensando no outro”, observa.
Ela aponta que grande parte dos acidentes de motos estão ocorrendo com as de menor cilindrada. O instrutor Bernardino Marcelino acrescenta que a fiscalização ainda é carente em relação a esses veículos.
“É preciso mais fiscalização sobre os chamados ciclomotores e motonetas. Estamos vendo aí na rua crianças de 10, 12, 14 anos com motonetas, não está havendo uma fiscalização”, lamenta Bernardino.
* Tribuna do Norte
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