PMs fazem 'bico' de segurança e se arriscam por um acréscimo no salário
Além do risco inerente à profissão que exercem, muitos policiais militares se submetem a prestar serviços de segurança particular em seus momentos de folga, mesmo correndo o perigo de morte, como ocorreu com o cabo PM Francisco Omar dos Santos, ferido durante um assalto na tarde da segunda-feira, em Parnamirim.
O motivo alegado por eles é, geralmente, a baixa remuneração. O vice-presidente da Associação dos Cabos e Soldados do Rio Grande do Norte (ACSPM/RN), o soldado PM Roberto Campos, adverte ainda quanto aos problemas de saúde sofridos por aqueles que encaram o "bico" quando deveriam estar descansando.
Durante o desfile cívico de hoje, entidades representativas dos policiais e bombeiros militares farão um protesto pela morte do Cabo Osmar e de mais 11 policiais no decorrer de 2011. Fitas pretas serão utilizadas as fardas por policiais e bombeiros para demonstrar o luto pelos companheiros mortos. A maior parte desses policiais foram mortos em serviço ou realizandoalgum trabalho extra.
Roberto Campos ressalta que "a nossa escala de serviço já é exaustiva, na maioria das vezes, e quem faz bico durante a folga acaba prejudicando a própria qualidade de vida. No momento que deveriam estar com a família, relaxando, estão novamente arriscando-se em um trabalho de segurança. Alguns passam quase cinco dias sem ir em casa, pois saem direto do serviço para o bico". As principais consequências disso, segundo ele, são os problemas causados pelo estresse e a falta de descanso que infligem doenças nos PMs. "Muitos acabam sofrendo de alcoolismo, ou estafa física ou mental, ou algum problema psicológico".
Para o vice-presidente da ACSPM/RN, os policiais fazem isso como um meio de complementar a renda familiar. "É para dar uma melhor qualidade de vida à família, pondo em risco a própria vida". Essa prática é desaconselhada, contudo, pela associação. "Tudo isso acaba influenciando na qualidade do serviço que prestamos à população. O policial se envolve em certos problemas pelo cansaço sofrido por tanto trabalho".
É exatamente o motivo alegado por um soldado PM, cuja identidade foi preservada, e que há cinco anos serve à corporação. "A gente tira um serviço desse é pelo baixo salário mesmo. Só dá para o cara sobreviver fazendo bico". Ele conta que aceita trabalhos de segurança privada em shows e para hotéis. O comum é receber R$ 100, em média, por dia de serviço em "bicos" como esse, segundo ele. "Se a gente conseguisse um serviço desse para o mês inteiro, conseguiríamos ganhar mais que o nosso salário".
Comando
O coronel PM Francisco Araújo Silva, comandante da PM potiguar, diz que esse tipo de atividade não é ilegal. "Desde que o policial não esteja utilizando equipamentos ou fardamento da corporação para isso e exerça um trabalho lícito, não existe qualquer impedimento legal quanto a isso". No entanto, segundo o comandante, o policial não pode ter qualquer vínculo empregatício com as empresas que os contratam. "O pagamento deve ser somente pelo serviço prestado".
* Dn online
Além do risco inerente à profissão que exercem, muitos policiais militares se submetem a prestar serviços de segurança particular em seus momentos de folga, mesmo correndo o perigo de morte, como ocorreu com o cabo PM Francisco Omar dos Santos, ferido durante um assalto na tarde da segunda-feira, em Parnamirim.
O motivo alegado por eles é, geralmente, a baixa remuneração. O vice-presidente da Associação dos Cabos e Soldados do Rio Grande do Norte (ACSPM/RN), o soldado PM Roberto Campos, adverte ainda quanto aos problemas de saúde sofridos por aqueles que encaram o "bico" quando deveriam estar descansando.
Durante o desfile cívico de hoje, entidades representativas dos policiais e bombeiros militares farão um protesto pela morte do Cabo Osmar e de mais 11 policiais no decorrer de 2011. Fitas pretas serão utilizadas as fardas por policiais e bombeiros para demonstrar o luto pelos companheiros mortos. A maior parte desses policiais foram mortos em serviço ou realizandoalgum trabalho extra.
Roberto Campos ressalta que "a nossa escala de serviço já é exaustiva, na maioria das vezes, e quem faz bico durante a folga acaba prejudicando a própria qualidade de vida. No momento que deveriam estar com a família, relaxando, estão novamente arriscando-se em um trabalho de segurança. Alguns passam quase cinco dias sem ir em casa, pois saem direto do serviço para o bico". As principais consequências disso, segundo ele, são os problemas causados pelo estresse e a falta de descanso que infligem doenças nos PMs. "Muitos acabam sofrendo de alcoolismo, ou estafa física ou mental, ou algum problema psicológico".
Para o vice-presidente da ACSPM/RN, os policiais fazem isso como um meio de complementar a renda familiar. "É para dar uma melhor qualidade de vida à família, pondo em risco a própria vida". Essa prática é desaconselhada, contudo, pela associação. "Tudo isso acaba influenciando na qualidade do serviço que prestamos à população. O policial se envolve em certos problemas pelo cansaço sofrido por tanto trabalho".
É exatamente o motivo alegado por um soldado PM, cuja identidade foi preservada, e que há cinco anos serve à corporação. "A gente tira um serviço desse é pelo baixo salário mesmo. Só dá para o cara sobreviver fazendo bico". Ele conta que aceita trabalhos de segurança privada em shows e para hotéis. O comum é receber R$ 100, em média, por dia de serviço em "bicos" como esse, segundo ele. "Se a gente conseguisse um serviço desse para o mês inteiro, conseguiríamos ganhar mais que o nosso salário".
Comando
O coronel PM Francisco Araújo Silva, comandante da PM potiguar, diz que esse tipo de atividade não é ilegal. "Desde que o policial não esteja utilizando equipamentos ou fardamento da corporação para isso e exerça um trabalho lícito, não existe qualquer impedimento legal quanto a isso". No entanto, segundo o comandante, o policial não pode ter qualquer vínculo empregatício com as empresas que os contratam. "O pagamento deve ser somente pelo serviço prestado".
* Dn online
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