Gasolina e etanol ficam mais caros no RN
Diante dos constantes aumentos no preço do combustível, o administrador Dover Góis, 48, preferiu alterar sua rotina. Antes de sair de casa, estuda o percurso e opta pelo mais curto. A medida deve ser adotada por mais natalenses nos próximos dias. O etanol repassado para os postos subiu R$0,15 e a gasolina R$0,07 em uma semana, segundo o Sindicato de Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do RN (Sindipostos/RN) e o aumento já começa a chegar ao consumidor.
Alberto leandroEm alguns postos a gasolina foi para R$ 2,73, mas pode subir maisEm alguns postos a gasolina foi para R$ 2,73, mas pode subir mais
Reflexo da alta do álcool anidro, usado na composição da gasolina, e do hidratado (etanol), o combustível começou a chegar mais caro nos postos de Natal em 30 de junho. O reajuste já está sendo repassado às bombas em alguns postos da cidade.
Levando em consideração os valores registrados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), entre 27 de junho e 02 de julho, é possível estimar que o preço médio da gasolina pode chegar à R$2,74, e o máximo à R$ 2,83, o que representa um aumento de 2,5%. Enquanto isso, o preço médio do etanol pode chegar à R$2,36 e o máximo, à R$2,60, representando um incremento de 6%.
Num dos postos localizados na avenida Prudente de Morais, o litro de gasolina já está custando R$2,73. Segundo o gerente, que preferiu não se identificar, o valor foi reajustado no início da semana. "A ordem é repassar parte desse reajuste para o consumidor", afirma.
Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-USP), o litro do álcool anidro, adicionado à gasolina, subiu 14,4%, e o hidratado (etanol) subiu 13,3% entre 3 de junho e 1º de julho, em São Paulo, principal mercado produtor e consumidor de etanol do País. De acordo com os pesquisadores do Cepea, a elevação dos preços é reflexo da demanda aquecida dentro do País. Para Júnior Rocha, presidente do Sindipostos no Rio Grande do Norte, o movimento é reflexo também do descompasso entre produção de álcool e venda de automóveis.
O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, admitiu ainda em abril que o governo pode reduzir a mistura do etanol anidro à gasolina para frear a alta dos preços do combustível de petróleo causada pela disparada do álcool. A redução, dos atuais 25% para até 18%, foi sinalizada com a edição de uma Medida Provisória que reduziu em dois pontos porcentuais o piso de mistura, anteriormente em 20%.
Enquanto a medida não começa a vigorar, consumidores como Dover Góis terão de encontrar alternativas para reduzir os custos. O motorista Luiz Ronaldo de Souza, 49, por exemplo, trocou o carro pela moto. O único automóvel que dirige é o da empresa. Há quatro dias, pagou R$2,69 pelo litro da gasolina. Ontem, pagou R$ 2,73. Luiz ficou surpreso quando viu o novo preço na bomba de combustível e disse que, apesar da conta ficar para o chefe, o aumento é um absurdo.
Integrantes de uma longa cadeia produtiva, que começa com as usinas, os postos alegam que não poderão segurar o novo reajuste, que veio somado ao aumento na conta de energia e dos salários dos empregados. Os empresários temem novas represálias diante do novo aumento - reajustes há cerca de dois meses levaram a população às ruas para protestar e motivaram questionamentos por parte do Ministério Público - e admitem que nada podem fazer para controlar os preços.
Quem usa o automóvel para ir até o trabalho diariamente sentirá o peso no bolso. O administrador Dover Góis costuma gastar R$600 com combustível todos os meses. Há uma semana, encontrou o etanol a R$1,99. Ontem pagou 2,19 pelo litro. Enquanto os preços não caírem, Dover continuará optando pelo percurso mais curto até o trabalho. "Hoje (ontem) pela manhã fiz tudo o que podia fazer para economizar combustível".
Outro lado
A equipe de reportagem entrou em contato com a Unica, entidade que representa as usinas, mas foi informada que todos os porta-vozes estavam em reunião em Brasília. O Sindicom, entidade que representa as distribuidoras, informou que emitirá nota ao longo da semana, posicionando-se sobre o movimento geral. Já as distribuidoras BR, Shell, Cosan e Ipiranga não responderam até o fechamento da edição.
* Tribuna do Norte
Alberto leandroEm alguns postos a gasolina foi para R$ 2,73, mas pode subir maisEm alguns postos a gasolina foi para R$ 2,73, mas pode subir mais
Reflexo da alta do álcool anidro, usado na composição da gasolina, e do hidratado (etanol), o combustível começou a chegar mais caro nos postos de Natal em 30 de junho. O reajuste já está sendo repassado às bombas em alguns postos da cidade.
Levando em consideração os valores registrados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), entre 27 de junho e 02 de julho, é possível estimar que o preço médio da gasolina pode chegar à R$2,74, e o máximo à R$ 2,83, o que representa um aumento de 2,5%. Enquanto isso, o preço médio do etanol pode chegar à R$2,36 e o máximo, à R$2,60, representando um incremento de 6%.
Num dos postos localizados na avenida Prudente de Morais, o litro de gasolina já está custando R$2,73. Segundo o gerente, que preferiu não se identificar, o valor foi reajustado no início da semana. "A ordem é repassar parte desse reajuste para o consumidor", afirma.
Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-USP), o litro do álcool anidro, adicionado à gasolina, subiu 14,4%, e o hidratado (etanol) subiu 13,3% entre 3 de junho e 1º de julho, em São Paulo, principal mercado produtor e consumidor de etanol do País. De acordo com os pesquisadores do Cepea, a elevação dos preços é reflexo da demanda aquecida dentro do País. Para Júnior Rocha, presidente do Sindipostos no Rio Grande do Norte, o movimento é reflexo também do descompasso entre produção de álcool e venda de automóveis.
O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, admitiu ainda em abril que o governo pode reduzir a mistura do etanol anidro à gasolina para frear a alta dos preços do combustível de petróleo causada pela disparada do álcool. A redução, dos atuais 25% para até 18%, foi sinalizada com a edição de uma Medida Provisória que reduziu em dois pontos porcentuais o piso de mistura, anteriormente em 20%.
Enquanto a medida não começa a vigorar, consumidores como Dover Góis terão de encontrar alternativas para reduzir os custos. O motorista Luiz Ronaldo de Souza, 49, por exemplo, trocou o carro pela moto. O único automóvel que dirige é o da empresa. Há quatro dias, pagou R$2,69 pelo litro da gasolina. Ontem, pagou R$ 2,73. Luiz ficou surpreso quando viu o novo preço na bomba de combustível e disse que, apesar da conta ficar para o chefe, o aumento é um absurdo.
Integrantes de uma longa cadeia produtiva, que começa com as usinas, os postos alegam que não poderão segurar o novo reajuste, que veio somado ao aumento na conta de energia e dos salários dos empregados. Os empresários temem novas represálias diante do novo aumento - reajustes há cerca de dois meses levaram a população às ruas para protestar e motivaram questionamentos por parte do Ministério Público - e admitem que nada podem fazer para controlar os preços.
Quem usa o automóvel para ir até o trabalho diariamente sentirá o peso no bolso. O administrador Dover Góis costuma gastar R$600 com combustível todos os meses. Há uma semana, encontrou o etanol a R$1,99. Ontem pagou 2,19 pelo litro. Enquanto os preços não caírem, Dover continuará optando pelo percurso mais curto até o trabalho. "Hoje (ontem) pela manhã fiz tudo o que podia fazer para economizar combustível".
Outro lado
A equipe de reportagem entrou em contato com a Unica, entidade que representa as usinas, mas foi informada que todos os porta-vozes estavam em reunião em Brasília. O Sindicom, entidade que representa as distribuidoras, informou que emitirá nota ao longo da semana, posicionando-se sobre o movimento geral. Já as distribuidoras BR, Shell, Cosan e Ipiranga não responderam até o fechamento da edição.
* Tribuna do Norte
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