Você acha que deveria ser obrigatório apresentar a CNH ao comprar um veículo?

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011


Postos compram gasolina barata, mas vendem caro
Com a operação da planta de gasolina automotiva da Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC), implantada no polo de Guamaré, desde setembro o Rio Grande do Norte passou a ser autossuficiente em todos os combustíveis derivados do petróleo. As distribuidoras repassam o combustível aos postos de gasolina com o segundo menor preço do Nordeste. Apesar dessas facilidades, Natal possui a terceira gasolina mais cara da região. Atualmente, quase todos os postos vendem o litro do produto a R$ 2,79. Porque isso acontece? Donos de postos se negam a falar e o assunto foi parar no Ministério da Justiça. A Secretaria de Direito Econômico já investiga uma possível formação de cartel na cidade.
Pelas ruas da cidade ainda é possível encontrar postos vendendo gasolina a R$ 2,66 - uma diferença de R$ 0,26 com relação ao preço cobrado na maioria dos postosDados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) mostram que não houve variação significativa no preço da gasolina repassado pelas distribuidoras aos empresários nas últimas duas semanas. Apenas o etanol sofreu leve acréscimo no preço. A desculpa para o aumento nas bombas está aí. A gasolina consumida pelos carros é a do tipo “C” (com adição de 25% de etanol).
Mas de acordo com o economista Aldemir Freire, a justificativa usada pelos donos de postos não é aceitável. “Quando o posto compra a gasolina, já compra com a adição do etanol. Então o valor já está embutido. O aumento no preço da gasolina não pode ser justificado pelo o aumento do preço do etanol”, explica.
Geralmente, o aumento nos preços de combustíveis pega os consumidores de surpresa. Não é comum que haja um aviso prévio e motoristas só ficam sabendo do acréscimo quando já estão no posto. É o caso do industriário Heraldo Medeiros. Na última quinta-feira, ele foi encher o tanque do carro em um posto localizado no Centro da cidade. Quando foi pagar a conta, se surpreendeu. “Nem sabia que tinha aumentado. É a primeira vez que abasteço, nessa semana, e não prestei atenção no valor da gasolina”, afirma.
Para Aldemir Freire, é, no mínimo, estranho que todos os postos passem a cobrar o mesmo valor ao mesmo tempo. Para ele, seria mais aceitável que os preços fossem aumentando gradativamente. “As variações ocorrem da noite para o dia. É estranho você ir dormir com um preço de gasolina e acordar com outro valor em todos os postos. A ‘mão invisível’ do mercado age com muita rapidez em Natal”. Além disso, o economista explica que a diferença mínima e máxima entre os preços cobrados, em Natal, é a menor entre todas as capitais. “A diferença é em torno de somente R$ 0,04. Na vizinha João Pessoa, essa diferença sobe para R$ 0,35. Ou seja, há uma dispersão de preço maior, é sinal que lá, a concorrência é mais elevada”, diz.
O economista Aldemir Freire compara os custos com a capital da Paraíba. “Os donos de postos da capital potiguar compram a segunda gasolina mais barata, só perde para João Pessoa/PB. No entanto, o consumidor natalense paga a terceira gasolina mais cara entre as capitais da região. E isso não é uma situação pontual, pelo menos nas últimas quatro semanas vem acontecendo isso. A gasolina de Natal é cara, mas não é cara porque os postos compram caro”, sentencia. Segundo dados da ANP, a gasolina distribuída para os postos de Natal é a segunda mais barata entre as capitais do Nordeste.
Além de pagar por um produto mais barato, os empresários do setor contam ainda com a produção interna de todos os derivados do petróleo, o que joga ainda mais lenha na discussão sobre o valor do combustível praticado pelos postos da cidade.
* Tribuna do Norte

Nenhum comentário:

Postar um comentário