Mais um PM é morto em serviço
O soldado da Polícia Militar Anderson de Araújo Cantalice, de 27 anos – há menos de um ano na corporação -, foi morto durante uma abordagem de rotina em Baía Formosa, a 95 quilômetros da Capital. Na ocorrência, outro PM (Hacenclever Alexandre Tavares Lopes, 34 anos e trabalhando como soldado há sete anos), também foi atingido por disparos de arma de fogo, sendo transferido para o Hospital Walfredo Gurgel, onde não corre risco de morte (segundo informações do Comando da PM que acompanha o caso).
Tudo começou por volta das 10h30 de ontem, quando dois homens bebiam refrigerante em uma cigarreira no centro de Baía Formosa. O relato é do dono do estabelecimento, Carlúcio de Souza. “Os dois homens foram abordados pelos dois policiais que, primeiramente, perguntaram de onde eles eram. Depois pediram por documentos de identificação. A partir daí, começou o tiroteio”. O primeiro a ser alvejado foi o soldado Anderson, atingido duas vezes na cabeça. Depois, Hacenclever também recebeu disparos da arma de fogo de um dos homens presentes a cigarreira, que fica em frente a Escola Municipal João Anacleto Filho.
“Antes de fugir em uma motocicleta, os dois homens roubaram as armas dos policiais e ai, sim, se foram”, complementou o comerciante Carlúcio.
O comerciante identificado apenas como “Xuá”, que possui um bar em frente a cigarreira onde se deu o caso, também foi atingido com um disparo na perna.
Populares informaram que os dois PMs foram imediatamente socorridos, tendo o soldado Anderson morrido no caminho do hospital na cidade vizinha, Canguaretama.
Ainda de acordo com o comerciante Carlúcio, a abordagem pode ter começado por que os dois homens eram desconhecidos o local. “Eles nunca foram vistos por aqui e os policiais decidiram identificá-los. Quando perguntados de onde eram, um deles afirmou que era natural de Mamanguape (município paraibano distante cerca de 130 quilômetros de Natal)”.
E foi justamente em Mamanguape que as primeiras diligências ocorreram. A equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE estava no município paraibano no início da procura. Viaturas do Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPChoque), da Polícia Federal e da Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor) foram destacadas para encontrar os dois suspeitos. O cerco também era feito nas cidades do Rio Grande do Norte, na região de Canguaretama.
UTI
Segundo informações repassadas pelo comandante geral da PM, coronel Francisco Araújo, o soldado Hacenclever está se recuperando na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Walfredo Gurgel. Ele foi atingido duas vezes, tendo um disparo atingido o abdome e outro transfixado o pescoço, mas sem pegar em artérias ou na espinha dorsal. O soldado passou por uma cirurgia na tarde de ontem para a retirada das balas e não corria mais risco de morte.
Há menos de um mês, PM foi morto em ocorrência
No último dia 18 de dezembro, o policial militar Márcio Costa foi morto em frente ao Shopping Midway durante uma abordagem de rotina. Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, no dia 22 de dezembro, o sargento PM Emanuel Flor ajudou a esclarecer a ação policial que também resultou na morte do jovem Diego Nascimento dos Santos, 23.
“Estava fazendo o patrulhamento de rotina quando o motorista do ônibus cortou luz e pedimos para que ele parasse. Perguntamos qual era o problema e ele contou que esse Diego estava fazendo baderna no ônibus, não tinha pago a passagem e se recusava a descer do transporte”, revelou o sargento. Nessa situação, o policial contou que teve que usar a “força necessária” para que o baderneiro descesse, mas ele, mesmo assim, não desceu.
“Ele só podia estar sob efeito de algum entorpecente ou era louco mesmo. Ninguém em estado normal de consciência iria tentar confrontar policiais militares armados”. Com o auxílio de M. Costa e do outro soldado, que estava como motorista da viatura, mas que foi até à porta do ônibus para ajudar a tirar Diego de lá, o baderneiro desceu. “Foi nesse momento que ouvi alguém dizendo: ‘a arma caiu’. Quando vi, já foi ele atirando contra mim e, depois, contra M. Costa”.
O laudo final sobre a morte do policial ainda não foi divulgado.
Os dois policiais não moravam em Baía Formosa
O comandante do Policiamento do Interior da PM, coronel Francisco Reinaldo, informou que atualmente dez policiais militares trabalham por dia em Baía Formosa, número maior do que o normalmente devido a da Operação Verão.
Segundo dados da PM o soldado Anderson, morto em serviço, era natural de João Pessoa na Paraíba e só vinha para a cidade quando estava trabalhando. “O outro, Hacenclever, morava em Montanhas (a 96 quilômetros de Natal e a 42 de Baía Formosa)”.
Populares informaram que Hacenclever, inclusive, chegava a dormir na delegacia do município para não ter que voltar para casa no mesmo dia. Já Anderson era desconhecido da população local, uma vez que há menos de um ano trabalhava na cidade com pouco menos de oito mil habitantes.
Para o comandante do policiamento interiorano, coronel Francisco Reinaldo, faltou precaução aos soldados. “Para abordar suspeitos como aqueles tinha que haver reforço. Eles não pediram e não aguardaram reforço e acabaram sendo atingidos. Quando mais policiais chegaram, os suspeitos já haviam fugido”.
Até o fechamento desta edição, a PM não havia encontrado nenhum dos foragidos. As diligências continuavam na divisa do RN com a PB.
Fonte: Tribunadonorte.com
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