Universidades impulsionam crescimento
José de Paiva Rebouças
De Pau dos Ferros
A estudante de Letras Viviane Beltrão mora em um apartamento alugado na BR-405, localizado próximo do campus da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), na qual ela cursa a faculdade de Letras, desde 2007. Vinda de São Paulo, em busca das raízes no município de José da Penha, ela, ao ocupar um imóvel, tornou-se parte da nova população da cidade. Vizinho a sua instalação, cinco amigas, também estudantes da Uern, dividem outro prédio, no qual permanecerão até se formar. Elas também são parte da população flutuante que vive no município somente durante a semana ou enquanto estiverem estudando.
Por enquanto, não há um estudo acadêmico que identifique a importância desse fenômeno para o município e região, mas, ao longo dos últimos trinta anos, a população nativa viu, com a chegada dos institutos de ensino superior público e privado, uma nova cidade.
Pau dos Ferros tornou-se a principal cidade do Alto Oeste potiguar devido a sua localização geográfica. Por ser ponto de convergência de outros 35 municípios do RN, além de outros do Ceará e Paraíba, atraiu universidades e escolas técnicas, consolidando-se como polo universitário.
O Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia (CAMEAM), implantado na década de 1980, foi o precursor desse desenvolvimento que vai além da educação. Quando o prédio foi construído, o problema era a distância da zona urbana. Mas, em pouco tempo, serviu para a valorização e surgimento de, pelo menos, quatro bairros.
O bairro Nações Unidas, único que despontava para a região do campus, logo se tornou região de classe média, sendo hoje uma das áreas mais valorizadas do município. Depois, foi a vez do surgimento dos bairros Chico Cajá e Arizona, que por esse tempo era uma favela. O bairro Princesinha do Oeste também foi outra região que se supervalorizou devido à procura por imóveis para alugar e comprar.
A distribuição estratégica dos institutos de ensino superior favorece o surgimento de novas povoações todos os dias. O Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), implantado no caminho da cidade de São Rafael, há dois anos, tem valorizado o bairro Chico Cajá e feito surgir novos loteamentos ao seu redor, tanto no sentido da BR-405 quanto para a região da barragem e aeroporto.
Já a Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), em fase de implantação entre Pau dos Ferros e Francisco Dantas, faz que as áreas antes usadas para agricultura impulsionem a especulação imobiliária.
Se o município apresentou crescimento nos últimos dez anos, de acordo com o censo 2010, que registrou aumento populacional de três mil pessoas, passando de 24 mil para 27 mil habitantes, a expectativa é que, com a expansão universitária, essa irradiação seja ainda maior.
De acordo com o professor Flaubert Torquato, da faculdade de Economia da Uern, embora a taxa de natalidade do brasileiro viva uma tendência declinante assim como a de mortalidade, o quadro apontaria para uma estabilidade populacional, modificando-se devido aos movimentos migratórios, motivados por esse tipo de investimento. "Pau dos Ferros se transforma em um grande polo de educação e tem servido para irradiar o desenvolvimento da região", explica.
Para ele, os núcleos educacionais, como atrativos do desenvolvimento, impulsionam a construção civil, os setores imobiliários, de alimentação, de bares, de hotéis, além de grandes empreendimentos, como os dos setores de automóveis e indústrias.
* Jornal de Fato
José de Paiva Rebouças
De Pau dos Ferros
A estudante de Letras Viviane Beltrão mora em um apartamento alugado na BR-405, localizado próximo do campus da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), na qual ela cursa a faculdade de Letras, desde 2007. Vinda de São Paulo, em busca das raízes no município de José da Penha, ela, ao ocupar um imóvel, tornou-se parte da nova população da cidade. Vizinho a sua instalação, cinco amigas, também estudantes da Uern, dividem outro prédio, no qual permanecerão até se formar. Elas também são parte da população flutuante que vive no município somente durante a semana ou enquanto estiverem estudando.
Por enquanto, não há um estudo acadêmico que identifique a importância desse fenômeno para o município e região, mas, ao longo dos últimos trinta anos, a população nativa viu, com a chegada dos institutos de ensino superior público e privado, uma nova cidade.
Pau dos Ferros tornou-se a principal cidade do Alto Oeste potiguar devido a sua localização geográfica. Por ser ponto de convergência de outros 35 municípios do RN, além de outros do Ceará e Paraíba, atraiu universidades e escolas técnicas, consolidando-se como polo universitário.
O Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia (CAMEAM), implantado na década de 1980, foi o precursor desse desenvolvimento que vai além da educação. Quando o prédio foi construído, o problema era a distância da zona urbana. Mas, em pouco tempo, serviu para a valorização e surgimento de, pelo menos, quatro bairros.
O bairro Nações Unidas, único que despontava para a região do campus, logo se tornou região de classe média, sendo hoje uma das áreas mais valorizadas do município. Depois, foi a vez do surgimento dos bairros Chico Cajá e Arizona, que por esse tempo era uma favela. O bairro Princesinha do Oeste também foi outra região que se supervalorizou devido à procura por imóveis para alugar e comprar.
A distribuição estratégica dos institutos de ensino superior favorece o surgimento de novas povoações todos os dias. O Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), implantado no caminho da cidade de São Rafael, há dois anos, tem valorizado o bairro Chico Cajá e feito surgir novos loteamentos ao seu redor, tanto no sentido da BR-405 quanto para a região da barragem e aeroporto.
Já a Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), em fase de implantação entre Pau dos Ferros e Francisco Dantas, faz que as áreas antes usadas para agricultura impulsionem a especulação imobiliária.
Se o município apresentou crescimento nos últimos dez anos, de acordo com o censo 2010, que registrou aumento populacional de três mil pessoas, passando de 24 mil para 27 mil habitantes, a expectativa é que, com a expansão universitária, essa irradiação seja ainda maior.
De acordo com o professor Flaubert Torquato, da faculdade de Economia da Uern, embora a taxa de natalidade do brasileiro viva uma tendência declinante assim como a de mortalidade, o quadro apontaria para uma estabilidade populacional, modificando-se devido aos movimentos migratórios, motivados por esse tipo de investimento. "Pau dos Ferros se transforma em um grande polo de educação e tem servido para irradiar o desenvolvimento da região", explica.
Para ele, os núcleos educacionais, como atrativos do desenvolvimento, impulsionam a construção civil, os setores imobiliários, de alimentação, de bares, de hotéis, além de grandes empreendimentos, como os dos setores de automóveis e indústrias.
* Jornal de Fato
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