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sábado, 24 de julho de 2010

BH será a primeira capital a ter estacionamento pago pelo celular
Belo Horizonte está prestes a se tornar a primeira capital do país a implantar sistema de estacionamento rotativo digital. Parceria de cooperação técnica, firmada em abril entre a BHTrans e a QualiConsult Ltda., empresa de tecnologia da informação, a proposta prevê a implantação de serviço de venda e fiscalização de créditos para a faixa azul por meio de aparelhos celulares, extinguindo a tradicional folhinha de papel. O projeto-piloto será concluído na próxima semana e sua implantação é avaliada pela BHTrans, podendo ser iniciada antes do fim do ano.
O sistema eletrônico é ágil e em poucos segundos o motorista registra a compra de créditos. Por meio de um software instalado no celular, o condutor envia o número da placa do automóvel para uma central de dados. Imediatamente é registrada a compra do faixa azul digital, válido pelo tempo determinado na sinalização.
O programa para compra de créditos será disponibilizado gratuitamente na internet, mas serão criados postos de venda em bancas de revistas, postos de combustível e outros locais, onde é possível adquirir o rotativo para casos em que a pessoa não tenha celular ou não faça a instalação do software, “Funcionários desses estabelecimentos terão o programa instalado nos celulares e no local o motorista poderá pagar o valor do faixa azul. Em seguida, o número da placa do veículo é enviado para a central”, explica José Carlos da Silva Neto, representante da empresa. Também serão firmados convênios entre a prefeitura e empresas, para que motoristas sejam bonificados com créditos de rotativo em alguns estabelecimentos.
Para garantir a manutenção do bônus de 30 minutos, que a BHTrans possibilita em caso de paradas rápidas, o software tem a opção de acionar a ferramenta sem custos. Caso estacione por apenas meia hora, o motorista não precisa pagar, como ocorre hoje.
A fiscalização também passará a ser digitalizada. Cada quarteirão terá um registro eletrônico – com nome da rua e tempo de permanência permitido – e, ao chegar, o agente digita no celular o código da Rua Gonçalves Dias com Getúlio Vargas, por exemplo. O passo seguinte é digitar a placa de cada um dos carros parados no quarteirão.
Caso seja identificado que o motorista não pagou o faixa azul ou extrapolou o tempo de permanência, automaticamente é gerada uma infração. Por meio de uma impressora portátil conectada ao celular, é possível imprimir uma guia, que é colocada no parabrisa do carro, avisando o motorista da multa. E uma cópia chega à casa do infrator, como ocorre atualmente. “O sistema tem certificado digital para celular, como determina portaria do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran)”, diz Neto.
Testes
Desde abril, a BHTrans e a QualiConsult fazem testes em 12 quarteirões nas proximidades da Praça Diogo Vasconcelos, no Bairro Funcionários. O resultado é que a fiscalização foi até cinco vezes mais rápida que em outros locais com o rotativo tradicional.
O programa também possibilita que sejam fiscalizados outros tipos de irregularidades, como IPVA e seguro obrigatório atrasado, e identificados carros roubados. A extensão do programa está em discussão com a BHTrans. Para isso, seria necessário um convênio entre órgãos públicos estaduais e municipais para integração de banco de dados. Segundo Neto, a implantação do programa possibilita gestão dos dados de estacionamento rotativo. “A BHTrans terá dados para mensurar se determinado quarteirão é muito ou pouco usado. Com isso, é possível aumentar ou diminuir o tempo”, explica.
Apesar dos benefícios, o administrador João Luiz Teles, de 53, e o empresário Ricardo de Oliveira Coutinho, de 48, consideram a tradicional folhinha mais simples e menos burocrática. “Nem todo mundo está acostumado a mexer com celular e o acesso não é para todos”, diz Teles, acrescentando que o modelo via celular criaria um relaxamento maior, possibilitando esquecimento e deixando o motorista vulnerável a multas. Mas, segundo o representante da QualiConsult, está em estudo também a implantação de um mecanismo que alerta o motorista, por mensagem SMS, quando os créditos estão acabando. O servidor público Valter Guilherme Alves Costa, de 26, considera mais prático o formato digital. “Evita ter de buscar pontos de vendas”, comenta.
Fonte: Do Estado de Minas

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