G1 andou em um carro de passeio a diesel
A discussão sobre a liberação de carros de passeio a diesel no Brasil vem ganhando força na indústria automobilística nacional. Desde novembro de 1976 o uso e a venda de automóveis movidos a diesel são proibidos no Brasil. A medida adotada pelo governo nos anos 70 visava diminuir a dependência de petróleo por causa da crise que elevou em cerca de 380% o preço do barril. Hoje, mais de 30 anos após a proibição, um projeto de lei passa por avaliação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e, caso seja aprovado pelos senadores, seguirá para julgamento da Câmara e depois irá para sanção presidencial.
A convite da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil), o G1 andou em um Peugeot 207 Passion com motor 2.0 TDI diesel comercializado na Argentina por 77.500 pesos, o equivalente a R$ 35.850. Aqui a versão 1.6 Flex do modelo parte de R$ 43.800 e, segundo a Peugeot, sofreria um aumento de 10% a 15% no valor por causa da tecnologia exigida pelos propulsores (como os turbocompressores) podendo chegar a custar mais de R$ 50 mil.
O modelo avaliado foi montado no Brasil, na fábrica de Porto Real (RJ), e recebeu o motor diesel argentino produzido na fábrica de Jeppener. Por fora as versões são idênticas e no interior mudam apenas pequenos detalhes e equipamentos, já que o carro do país vizinho traz airbags de série, por exemplo.
A principal diferença aparece ao girar a chave. O carro trepida nos primeiros segundos de motor ligado e o barulho, característico dos veículos a diesel, faz lembrar uma picape ou um utilitário-esportivo a diesel. Por ser um carro de uma categoria inferior e com o preço mais baixo, o isolamento acústico deixa a desejar e o ruído é mais perceptível, principalmente dentro da cabine, que em alguns SUV`s importados, como o Kia Mohave e o Toyota Hilux SW4.
Com motor turbo, veículos a diesel têm, em média, 30% a mais de torque que modelos a gasolina. Isso significa mais força para ultrapassagens e retomadas de velocidades. No 207 Passion 1.6, abastecido com gasolina, o torque de 14,5 kgfm surge a 4.000 rpm. No modelo a diesel o torque de 20,9 kgfm está disponível a 2.200 rpm e por ser mais leve (1.217 kg), o carro de passeio apresenta ainda mais fôlego que uma picape ou utilitário, cujos pesos variam entre 1,5 e 2 toneladas.
Já o consumo é muito inferior. Os dados de gasto médio do modelo testado não foram divulgados pela fabricante, mas de acordo com um levantamento da SAE, um Renault Mégane 1.5 a diesel roda 17,23 km/l, enquanto o mesmo modelo equipado com motor 1.6 faz 10,98 km/l de gasolina e 7,18 km/l de álcool. Como o consumo de combustível está diretamente relacionado a emissão de C02, gás responsável pelo efeito estufa, nos carros a diesel a quantidade de poluentes jogados na atmosfera é menor, porém o diesel polui mais que o álcool.
Atualmente, a concentração de enxofre no diesel comercializado nas regiões metropolitanas do país é de 500 ppm (partes por milhão). Nas capitais Belém, Fortaleza, Recife, São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba há diesel com 50 ppm. Mas, nas cidades afastadas do perímetro das capitais, o diesel vendido chega a ter 1.800 ppm de enxofre. De acordo com a sexta fase do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), a partir de 2013 o óleo diesel nacional terá que ter 10 ppm de enxofre, a mesma concentração permitida na Europa.
Caso os carros de passeio a diesel sejam aprovados no país, a indústria automobilística nacional afirma que está preparada para a mudança. Várias fabricantes de peças e montadoras já produzem motores a diesel no Brasil, com foco no mercado externo.
Apesar da euforia, o setor sabe que corre o risco da aceitação no país ser pequena. “Os veículos menores a diesel deverão despertar interesse maior de frotistas e taxistas, já que consomem menos combustível e o motor tem, em média, o dobro de vida útil. Mas por outro lado custam mais que o smodelos a gasolina”, afirma Luso Ventura, diretor de Comissões Técnicas da SAE Brasil. “Nós não acreditamos em vendas em grande escala, só queremos que o consumidor brasileiro tenha mais uma opção.”
* G1
A discussão sobre a liberação de carros de passeio a diesel no Brasil vem ganhando força na indústria automobilística nacional. Desde novembro de 1976 o uso e a venda de automóveis movidos a diesel são proibidos no Brasil. A medida adotada pelo governo nos anos 70 visava diminuir a dependência de petróleo por causa da crise que elevou em cerca de 380% o preço do barril. Hoje, mais de 30 anos após a proibição, um projeto de lei passa por avaliação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e, caso seja aprovado pelos senadores, seguirá para julgamento da Câmara e depois irá para sanção presidencial.
A convite da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil), o G1 andou em um Peugeot 207 Passion com motor 2.0 TDI diesel comercializado na Argentina por 77.500 pesos, o equivalente a R$ 35.850. Aqui a versão 1.6 Flex do modelo parte de R$ 43.800 e, segundo a Peugeot, sofreria um aumento de 10% a 15% no valor por causa da tecnologia exigida pelos propulsores (como os turbocompressores) podendo chegar a custar mais de R$ 50 mil.
O modelo avaliado foi montado no Brasil, na fábrica de Porto Real (RJ), e recebeu o motor diesel argentino produzido na fábrica de Jeppener. Por fora as versões são idênticas e no interior mudam apenas pequenos detalhes e equipamentos, já que o carro do país vizinho traz airbags de série, por exemplo.
A principal diferença aparece ao girar a chave. O carro trepida nos primeiros segundos de motor ligado e o barulho, característico dos veículos a diesel, faz lembrar uma picape ou um utilitário-esportivo a diesel. Por ser um carro de uma categoria inferior e com o preço mais baixo, o isolamento acústico deixa a desejar e o ruído é mais perceptível, principalmente dentro da cabine, que em alguns SUV`s importados, como o Kia Mohave e o Toyota Hilux SW4.
Com motor turbo, veículos a diesel têm, em média, 30% a mais de torque que modelos a gasolina. Isso significa mais força para ultrapassagens e retomadas de velocidades. No 207 Passion 1.6, abastecido com gasolina, o torque de 14,5 kgfm surge a 4.000 rpm. No modelo a diesel o torque de 20,9 kgfm está disponível a 2.200 rpm e por ser mais leve (1.217 kg), o carro de passeio apresenta ainda mais fôlego que uma picape ou utilitário, cujos pesos variam entre 1,5 e 2 toneladas.
Já o consumo é muito inferior. Os dados de gasto médio do modelo testado não foram divulgados pela fabricante, mas de acordo com um levantamento da SAE, um Renault Mégane 1.5 a diesel roda 17,23 km/l, enquanto o mesmo modelo equipado com motor 1.6 faz 10,98 km/l de gasolina e 7,18 km/l de álcool. Como o consumo de combustível está diretamente relacionado a emissão de C02, gás responsável pelo efeito estufa, nos carros a diesel a quantidade de poluentes jogados na atmosfera é menor, porém o diesel polui mais que o álcool.
Atualmente, a concentração de enxofre no diesel comercializado nas regiões metropolitanas do país é de 500 ppm (partes por milhão). Nas capitais Belém, Fortaleza, Recife, São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba há diesel com 50 ppm. Mas, nas cidades afastadas do perímetro das capitais, o diesel vendido chega a ter 1.800 ppm de enxofre. De acordo com a sexta fase do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), a partir de 2013 o óleo diesel nacional terá que ter 10 ppm de enxofre, a mesma concentração permitida na Europa.
Caso os carros de passeio a diesel sejam aprovados no país, a indústria automobilística nacional afirma que está preparada para a mudança. Várias fabricantes de peças e montadoras já produzem motores a diesel no Brasil, com foco no mercado externo.
Apesar da euforia, o setor sabe que corre o risco da aceitação no país ser pequena. “Os veículos menores a diesel deverão despertar interesse maior de frotistas e taxistas, já que consomem menos combustível e o motor tem, em média, o dobro de vida útil. Mas por outro lado custam mais que o smodelos a gasolina”, afirma Luso Ventura, diretor de Comissões Técnicas da SAE Brasil. “Nós não acreditamos em vendas em grande escala, só queremos que o consumidor brasileiro tenha mais uma opção.”
* G1
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