Você acha que deveria ser obrigatório apresentar a CNH ao comprar um veículo?

quarta-feira, 2 de março de 2011

Presa no CE quadrilha que agiria no RN
Quatro pessoas foram presas durante a madrugada de ontem em Icó, no interior do Ceará, sob suspeita de integrarem uma quadrilha especializada em assalto a bancos, carros-fortes e casas lotéricas que vem agindo em vários estados do Brasil, inclusive com uso de explosivos. Entre os presos está um cearense que tem família em Caraúbas, fora outro caraubense que mora em Icó e também está sendo procurado no Ceará - investigação mostra que podem ser do grupo que explodiu dois bancos no Oeste do RN.
A operação foi deflagrada logo nas primeiras horas de ontem. O quarteto foi preso em um sítio na zona rural de Icó, próximo à divisa do Ceará com o Rio Grande do Norte, onde a quadrilha confessou que pretendia roubar uma agência dos Correios ainda nesta semana. Foram presos: Cleomar Barbosa dos Santos, de Itupiranga (PA), 30 anos; Wilians Searle Lima Pinto, de Redenção (PA), 28; Claudiano Batista de Souza, Duda, de Jaguaribe (CE), 29; e Jeimicye Elves Guimarães Carneiro, que é conhecido como "Célio", "Cego" ou "Ciê", natural do Icó, mas mora em Brasília (DF) e é o mais perigoso.
De acordo com o delegado Pedro Viana, que responde pela Delegacia Especializada em Narcóticos (Denarc) de Fortaleza, a quadrilha vinha sendo investigada há vários meses, logo após o roubo do Banco do Brasil da cidade de Lavras da Mangabeira (CE). A investigação mostra que a quadrilha pretendia sequestrar um gerente de banco em Orós, vizinho a Icó, crime conhecido no meio policial como "sapatinho". Em depoimento, eles confessaram que pretendiam, ainda nesta semana, roubar a agência dos Correios de São Miguel, que fica na divisa do Rio Grande do Norte com o Ceará.
De acordo com o delegado regional de Pau dos Ferros, Inácio Rodrigues de Lima, que também responde pela Polícia Civil em São Miguel, os quatro podem estar diretamente ligados à quadrilha que havia praticado o crime sapatinho na cidade em outubro passado. À polícia cearense, a quadrilha disse que pretendia roubar a agência dos Correios, mas o perfil do bando leva a polícia potiguar crer que eles tinham como alvo o Banco do Brasil, mas não se sabe ao certo se eles iriam praticar o sapatinho ou se iriam roubar o banco com uso de explosivos ou maçarico, métodos usados antes.
A suspeita de que a quadrilha poderia utilizar, em São Miguel, o método do arrombamento de caixa com maçarico é reforçada pelos objetos que foram apreendidos com eles pela operação realizada pelos policiais da Denarc de Fortaleza, juntamente com a equipe do Batalhão de Choque da Polícia Militar, também da capital. Eles estavam com um revólver, uma espingarda, um maçarico, que deveria ser usado no RN, além de um carro tipo GM Saveiro de chassis adulterado e uma moto, possivelmente roubada. Jeimicye foi o único a reagir e acabou sendo baleado, mas está fora de risco.
Para o delegado Pedro Viana, de Fortaleza (CE), não restam dúvidas de que essa quadrilha presa agora em Icó e aquela que foi presa no ano passado pelo sequestro do gerente do BB de São Miguel tenham algum tipo de ligação. Ele concorda com o colega Inácio Rodrigues, de Pau dos Ferros, e lembra que as duas quadrilhas são formadas por bandidos da mesma região. Wilians Searle é de Redenção, no Pará, mesma cidade de João Lopes da Silva, o "Grande", um dos suspeitos presos após o sapatinho de São Miguel. Ele e outros dois integrantes da quadrilha foram presos no interior do Maranhão.
Quadrilha explodiu bancos no RN e CE
Os quatro suspeitos que foram presos na madrugada de ontem no interior do Ceará estão diretamente ligados aos assaltos contra as agências do Banco do Brasil de Martins e Umarizal, cidades situadas na região Serrana do Rio Grande do Norte. A constatação é do delegado Pedro Viana, que começou a investigar o grupo a partir de outubro passado, quando a agência do Banco do Brasil de Lavras da Mangabeira (CE) foi explodida em assalto.
O delegado explica que a partir daí começou a colher informações sobre todos os assaltos a banco ocorridos nos estados vizinhos, principalmente o Rio Grande do Norte, onde justamente duas agências bancárias, a de Umarizal e Martins, na região Serrana, já tinham sido explodidas três meses antes, em julho de 2010.
"A gente andou visitando todas essas cidades na época dos assaltos e eles (bandidos que roubaram os bancos no RN e no CE) usaram os mesmos carros. Em Martins e Umarizal usaram uma Pajero preta e uma Ecosport prata. Em outubro roubaram Lavras (da Mangabeira, no Ceará), com os mesmos carros. As características são as mesmas. A gente acredita que tenha sido a mesma Pajero e a Ecosport tenha sido outra", frisa Viana.
No Rio Grande do Norte, os assaltos a bancos estão sendo investigados pelo Departamento Especializado em Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor), que recentemente fez uma apreensão de aproximadamente 4 toneladas de explosivos na região central do Estado. O material era vendido sem autorização.
A investigação que apura os dois roubos às agências bancárias de Martins e Umarizal, crimes praticados quase que simultaneamente, continua sendo realizada pela Deicor. Até agora, algumas prisões foram realizadas contra pessoas suspeitas de envolvimento com assaltos a banco no RN e em outros estados, mas a polícia ainda não apresentou provas concretas contra o grupo que roubou as duas agências bancárias.
Caraubense seria um dos envolvidos
Além de Jeimicye Elves Guimarães Carneiro, que é natural do Icó, mas mora em Brasília (DF) e tem familiares em Caraúbas, cidade situada na região Oeste do Rio Grande do Norte, a polícia cearense está à procura de um outro potiguar. Ele não estava no mesmo sítio que a quadrilha foi presa, em Orós (CE), mas teria ligações direta com a quadrilha, segundo o delegado Pedro Viana.
Ele não adiantou o nome do potiguar, mas confirmou que ele é de Caraúbas, mesma cidade onde residem os familiares de Jeimicye Carneiro, que tem o sobrenome de uma das famílias mais conhecidas da região Oeste do Rio Grande do Norte e que durante muitos anos esteve envolvida em uma rixa com outra família da região. "Por enquanto, além de Ciê, que tem família no RN, tem esse outro potiguar", adianta.
Até ontem à tarde, a polícia cearense ainda não tinha a dimensão certa da quadrilha, que pode ter membros de vários outros estados. Só entre os quatro que foram presos na operação de ontem, aparecem pelo menos dois estados diferentes. "A quadrilha é formada por pessoas de todos os lugares. Tem gente do Maranhão (que ainda não foi presa), tem gente do Pará, tem de muitos lugares e, por isso, fica difícil dizer quantos são", esclarece.
Por enquanto, existe apenas um potiguar entre os suspeitos, mas o delegado responsável pela investigação não descarta a possibilidade de haver novas prisões, inclusive no RN, no decorrer das investigações. "Por enquanto, só existe um, mas pode ser que a investigação aponte novos envolvidos aí do RN", adianta Pedro Viana.
De acordo com o delegado, dos quatro que foram presos, o mais perigoso de todos é justamente Jeimicye Elves Guimarães Carneiro, o "Ciê", que já tem uma extensa ficha criminal.
Além desse novo processo, ele já era procurado pelo roubo ao banco Bradesco e uma casa lotérica da cidade de Parambu, no interior do Ceará, crimes cometidos ao mesmo tempo, e ainda pelo assalto contra uma agência bancária do Distrito Federal. Segundo Pedro Viana, Ciê é investigado ainda como um dos integrantes da quadrilha que roubou o BB de Lavras da Mangabeira, no Ceará. "Ele é um cara articulado, que tem influência em vários estados".
* De Fato

Nenhum comentário:

Postar um comentário