Frota de veículos triplica em 10 anos
O Rio Grande do Norte fechou o ano de 2010 com mais de 730 mil veículos circulando pelas ruas. O número é alto - já temos um carro para cada 4,2 habitantes - e chama ainda mais a atenção quando observados os dados de dez anos atrás. Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), no ano 2000, “apenas” 251.060 veículos trafegam pelas ruas do estado, enquanto que, dez anos depois, esse número subiu para 731.263, quase o triplo. Somente no ano passado, 78.641 novos veículos novos foram para as ruas, de acordo com os dados do Denatran.Considerando apenas as motocicletas, o crescimento é ainda maior. Entre 2000 e 2010, o número de motos circulando no Rio Grande do Norte aumentou quase cinco vezes, saltando de 54.027 (2000) para 249.672 (2010).
Em Natal, a frota é de 310.247 veículos, segundo os dados atualizados em 11 de março deste ano. O aumento de carros nas ruas, cria problemas para o trânsito na capital e exige medidas urgentes.
O economista da Índice Consultoria, Franklin Filgueira, ressaltou que a frota cresceu em decorrência de algumas mudanças conjunturais importantes recentes.
Um dos fatores foi o bom desempenho da economia nacional nesse período, aliado ao grande crescimento da oferta de crédito para financiamento da aquisição de veículos em prazos maiores, “coisa que historicamente não se observava”, destacou.
Franklin acrescentou que se some a esses fatores a política econômica do Governo Federal, que estimulou bastante a economia, aumentando seus gastos e investimentos, e contribuindo para a queda dos juros. ‘Devemos salientar também a associação de bancos e montadoras em parcerias comerciais’, frisou.
Toda a conjuntura contribuiu para a criação de um cenário propício para o acesso a novos veículos. E a população não perdeu tempo e foi às compras com apetite voraz. ‘O cidadão comum aproveitou bem este momento, adquirindo veículos aproveitando o crédito farto, o prazo longo e a melhoria da renda pessoal’, observou o economista.
Foi à facilidade de acesso ao crédito que permitiu ao operador de sonda Kleber Pereira comprar dois veículos. Primeiro uma moto e agora um carro. ‘Comprei a moto financiada em 36 vezes e fiz o último pagamento no ano passado. Agora, comprei um carro em 60 meses, pois só assim dá para pagar sem apertos’, relatou Kleber.
A previsão é que a venda de veículos continue subindo neste ano. E se depender do motorista Francisco Enilson essa expectativa vai se concretizar. A reportagem flagrou o motorista avaliando alguns veículos em uma concessionária de Mossoró. ‘Estou dando uma olha e vou comprar o que me agradar mais’, falou.
Os números do mercado também apontam para mais um recorde de vendas. Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o número de veículos vendidos em fevereiro deste ano foi o maior já registrado para o mês. O crescimento ante janeiro foi de 11,08%.
Vendas de veículos estão em crescimento no Brasil
O número de veículos vendidos em fevereiro deste ano foi o maior já registrado para o mês, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). O crescimento ante janeiro foi de 11,08%, apesar das restrições ao crédito impostas pelo Banco Central (BC) no início de dezembro do ano passado. Em 2010, o BC determinou que os bancos exijam dos clientes que procuram financiamento de automóveis o pagamento de um valor de entrada antes de liberarem o crédito. O BC também aumentou o valor que os bancos devem ter em caixa para que possam fazer operações de empréstimo para compra de carros.
Essas medidas, porém, não afetaram a venda de veículos no país durante os dois primeiros meses de 2011, disse o presidente da Fenabrave, Sérgio Reze. Ele disse ainda que não há indícios que elas terão algum impacto. “As medidas não afetaram as vendas. Nem de automóveis, nem de motos”, disse Reze. “Há grande volume de dinheiro no mercado. As instituições financeiras têm que ‘vender’ esse dinheiro e fazem isso por meio do financiamento de veículos.”
Segundo Reze, o atual cenário de crescimento econômico e o dinamismo do setor automotivo têm impulsionado as vendas. Ele disse que os trabalhadores brasileiros estão confiantes o suficiente para assumir as prestações de um carro. Já as montadoras continuam lançando modelos que despertam o interesse dos consumidores. Isso, avaliou o presidente da Fenabrave, garante o crescimento.
“O mercado continuará crescendo”, disse Reze. “Um crescimento de 15% ou 16% não se sustenta por um longo prazo. Mas esperamos crescer 4,5% durante todo o ano de 2011.”
Frota registra aumento de 8,4 %
Dados divulgados pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) revelam que a frota brasileira teve aumento de 8,4 % em 2010, totalizando 64.817.974 veículos em todo o país. O estado de São Paulo lidera na quantidade de veículos (20.537.980), seguido por Minas Gerais (7.005.640), Paraná (5.160.354), Rio Grande do Sul (4.808.503) e Rio de Janeiro (4. 489.680). Os automóveis alcançaram 37.188.341, correspondendo a 57,37% da frota total. Já as motocicletas somam 13.950.448 e são 21,52% da frota nacional. Na região Norte a frota de motocicletas ultrapassa a de automóveis em cinco estados: Acre, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. No nordeste, Ceará, Maranhão e Piauí também possuem mais motocicletas que automóveis.
Mercado cresce há uma década
O crescimento do mercado de veículos não é de hoje. Há pelo menos uma década a indústria automobilística tem motivos para comemorar, afirmou o gerente de vendas de uma concessionária, Eraldo Carlos. Com 30 anos atuando no setor, Eraldo disse que juros menores e, principalmente, acesso ao crédito turbinaram as vendas de veículos. ‘Antes, as classes C e D não tinham acesso a linhas de crédito, mas os bancos enxergaram uma grande oportunidade nesse filão e colocaram o dinheiro na praça’, salientou. Para 2011, a expectativa de vendas novamente nos ares. A indústria espera crescimento em torno de 5% a 6% no final do ano. Lembrando que nos dois primeiros meses do ano já houve aumento nas vendas.
* Tribuna do Norte
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