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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Rede de tráfico agia a partir da prisão
O Presídio Estadual de Pau dos Ferros estava sendo usado por traficantes para comandar ações no Rio Grande do Norte e na divisa com o Ceará. Na semana anterior, 35 pessoas suspeitas de envolvimento com o tráfico de drogas no RN e no CE foram presas em uma megaoperação deflagrada nas duas confederações. Na terça-feira passada, outra operação foi realizada, dessa vez, dentro do Presídio de Pau dos Ferros, onde foram apreendidos telefones celulares e chips que eram usados pelo grupo.
Tudo começou com o início da "Operação Stone", quando 35 traficantes foram presos na semana passada. Na investigação, o delegado Inácio Rodrigues de Lima, da Regional de Pau dos Ferros, descobriu juntamente com a sua equipe que a comercialização de drogas no Alto Oeste e em algumas cidades da divisa entre o RN e Ceará eram coordenadas a partir da prisão. Os detentos tinham apoio de familiares, a quem eram incumbidas às tarefas de esconder a droga, venda, distribuição, cobrança e prestação de contas com os traficantes associados.
A investigação desmantelou toda a cadeia do tráfico, prendendo os distribuidores e traficantes de pequeno e médio porte. Na terça-feira passada, 24, a polícia realizou a quarta etapa da operação, dessa dentro do Presídio Estadual de Pau dos Ferros, onde foram apreendidos 11 celulares e 15 chips usados pelos detentos.
Por cerca de dois meses e meio, período que a quadrilha passou sendo investigada em Pau dos Ferros, verificou-se que detentos dos regimes semi-aberto e fechado do presídio local comandavam uma rede de distribuição de drogas.
O grupo recebia crack e maconha da organização comandada pelo cearense Olívio Bezerra de Queiroz, que ficou conhecido como o "Barão" do tráfico da região do Jaguaribe. Detectou-se nas vigilâncias que o "Barão" recebia a droga de caminhoneiros vindos de São Paulo e, depois, fazia a distribuição no Ceará e RN.
Em terras potiguares, a droga era destinada principalmente ao presidiário Joseílson Malvino da Silveira, o "Bebé do Lanche". O detento, segundo as investigações, articula de dentro do Complexo Penal de Pau dos Ferros a compra e venda de drogas, sendo ajudado pela esposa, irmã e outras pessoas ligadas.
Segundo Inácio, os familiares acabam se envolvendo no comércio ilegal de drogas em decorrência da prisão do "dono da boca". "Normalmente, o chefe da família é preso e continua vendendo drogas com a colaboração da mulher. Isso envolve a família inteira. Temos um caso em que o traficante está preso, mas envolveu os pais, a mulher e um sobrinho", disse o delegado Inácio.
A última parte da operação, após a prisão de 35 traficantes, na terça-feira foi dado o último passo, que foi revistar o Presídio de Pau dos Ferros. Os resultados da busca foram além do esperado, uma vez que a polícia conseguiu localizar aparelhos de celulares, o caderno de contabilidade da droga e agenda telefônica do acusado "Bebé do lanche". Todo o material já está sendo periciado pelo Instituto Técnico-Científico de Polícia.
De acordo com os policiais que participaram da operação, uma das coisas que chamou mais a atenção foram as anotações do traficante em seu caderno de contabilidade. Os valores altos mostram que a movimentação financeira da quadrilha, fruto de tráfico de entorpecentes, era muito alta.
Justiça sequestra bens de traficante
A rede criminosa de "Bebé do lanche" funcionava da seguinte forma: A droga advinda do Ceará é guardada no interior da residência dos pais dele e nas moradias de dois amigos. A mulher dele é responsável por cobranças e depósitos bancários na conta do traficante cearense "Barão". Outro comparsa seria "testa de ferro" responsável por guardar dinheiro do tráfico e pelo transporte. Ou seja, a organização era compartimentada em células, cada uma com uma função bem definida. Diante da confirmação, a polícia solicitou e a Justiça autorizou o sequestro de bens e imóveis de "Bebé do Lanche". Foram sequestrados um imóvel no bairro de Alto São Geraldo, em Pau dos Ferros, e uma motocicleta. Foram bloqueados ainda os valores de duas contas correntes do Banco do Brasil e uma do Bradesco, todas do "Barão" do tráfico. A investigação que resultou na Operação Stone contou com apoio do Serviço de Inteligência e de outras unidades da Polícia Civil do RN e da polícia do Ceará, que realizou parte das prisões na operação.
Fonte: Jornal de Fato (27/08/2010)

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