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domingo, 15 de agosto de 2010

Carta aberta aos candidatos à Presidência da República e governadores
Caro candidato,
O movimento Chega de Acidentes!,aqui representado por seus organizadores – a ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), a ANTP (Associação Nacional dos Transportes Públicos) e o CESVI BRASIL (Centro de Experimentação e Segurança Viária) –, contando com o apoio de mais de 40 entidades e empresas, conciliando associações, organizações não-governamentais e iniciativa privada, dentre as quais, a Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro composta por parlamentares do Congresso Nacional, quer colaborar com seu plano de governo, apontando necessidades urgentes de nossa sociedade, que merecem – e precisam de – atenção máxima do nosso próximo presidente. Estamos falando da violência no trânsito. Para efeito de comparação, a opinião pública ficou aterrorizada, recentemente, com o soterramento de 200 pessoas em Niterói (RJ), em consequência do volume excessivo de chuvas num curto período de tempo, no Rio de Janeiro. No nosso trânsito, esse mesmo número de pessoas morre a cada dois dias, vítima de acidentes. Segundo o Ministério da Saúde, são cerca de 37 mil vítimas fatais todos os anos e cerca de 120 mil feridos internados em nossos hospitais – uma tragédia anunciada, já que os fatores que levam a essas fatalidades são conhecidos. O País ocupa hoje a 5ª posição mundial em quantidade absoluta de fatalid ades no trânsito, atrás apenas da Índia, China, Estados Unidos e Rússia. Os acidentes de trânsito estão em 2º lugar entre as causas externas de mortes, depois dos homicídios, podendo-se tornar o 1º em breve (por exemplo, no Estado de São Paulo, já estão na primeira colocação). O impacto econômico e social dessa violência foi estimado em 34 bilhões de reais ao ano, em estudo do IPEA, DENATRAN e ANTP. Por tudo isso, os acidentes de trânsito deveriam ter prioridade nas preocupações de qualquer governo – mas ainda não é assim no Brasil. Faltam ações coordenadas, programas que combinem informação de qualidade com iniciativas efetivas e duradouras. O movimento Chega de Acidentes! visa a sensibilizar governo e autoridades responsáveis pelo trânsito para a urgência da implantação de um Plano Nacional de Segurança Viária. A implantação de um plano abrangente e com ações coordenadas faria com que o Brasil atendesse às recomendações da ONU, que declarou 2011 a 2020 como a Década de Ações para a Segurança Viária. Entre estas recomendações, constam as seguintes: • Estabelecer metas de redução de acidentes ambiciosas e factíveis, relacionadas a um plano de investimentos para a causa, e mobilizar recursos para a implementação das iniciativas necessárias para o alcance das metas. • Encorajar ações de cooperação entre entidades da administração pública, setores públicos e privados, assim como a sociedade civil. • Aprimorar a coleta de dados e a possibilidade de compará-los com informações de outros países. É disso que o trânsito brasileiro precisa. Diante do exposto, sugerimos que o próximo governo elabore e implante um Plano Nacional de Segurança Viária, com metas e prazos para redução de vítimas, definindo um órgão com status de ministério, recursos e dotação necessários para coordenar esse processo. E que esse processo seja fundamentado em um sistema padronizado de coleta, processamento e análise de dados sobre acidentes, que seja confiável, atualizado e acessível via Internet. É para poupar milhares de vidas ao ano, e também para evitar os prejuízos sociais e econômicos derivados dessas fatalidades, que fazemos este apelo público ao próximo presidente da República. E é também, publicamente, que o movimento afirma que cobrará do próximo governo tudo o que é devido à sociedade em termos de atenção à questão do trânsito. Confiantes em um futuro melhor para o nosso trânsito, desejamos ao novo presidente muito êxito na gestão do País, maturidade em suas decisões e sabedoria em suas prioridades. Estamos certos de que a vida de quase 150 mil pessoas e o impacto econômico de cerca de 140 bilhões de reais (o número anual de vítimas fatais e o impacto econômico anual multiplicado pelos quatro anos de governo) serão vistos como prioridade por qualquer executivo com a sensibilidade e a competência para presidir uma nação como a nossa. Colocamo-nos à disposição para contribuir no que for necessário para que o tema esteja em seu plano de governo.
Nossos melhores votos, CHEGA DE ACIDENTES.
Fonte: Revista CESVI (Ano 13 Nº 68/2010)

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