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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Com fiscalização, uso do capacete é respeitado


Apodi - O trabalho que foi iniciado a partir de uma orientação do Ministério Público Estadual, para que os motoqueiros respeitem as leis de trânsito na região de Caraúbas, Apodi, Felipe Guerra, Rodolfo Fernandes, Severiano Melo e Itaú está surtindo efeito. Os motoqueiros desta região estão respeitando Código Brasileiro de Trânsito e fazendo uso do capacete, importante acessório de segurança para quem utiliza a motocicleta como meio de transporte.


A constatação é da 3ª Companhia de Polícia Militar de Apodi. De acordo com o comandante, capitão PM Inácio Brilhante Filho, apesar da resistência de alguns motoqueiros no início, a maioria da população vem apoiando o uso do capacete. Entende a necessidade. "Já são poucas as pessoas que não usam capacete nos municípios que fazem parte da área da 3ª CPMA. Quem não usa tem sua motocicleta apreendida", comentou o capitão Brilhante.


A exigência do uso de capacete em Apodi foi necessária depois do registro de inúmeros acidentes automobilísticos, alguns com registro de óbitos. O Ministério Público Estadual percebeu esta demanda e recomendou à Polícia Militar implantar um trabalho de orientação e fiscalização em Caraúbas. O trabalho foi estendido às demais cidades próximas pelo comando da 3ª CPMA.


Os carros e motos com documentação irregular estão sendo tirados de circulação, bem como está sendo impedido que pessoas sem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) dirijam nas ruas da cidade. O trabalho realizado pela Polícia Militar conta com apoio da Delegacia de Polícia Civil, Ministério Público Estadual e Poder Judiciário.


Constantemente a Polícia Militar tem realizado blitz nas cidades de Apodi, Felipe Guerra, Itaú, Severiano Melo, Rodolfo Fernandes e Caraúbas. Os policiais têm detectado com frequência casos de pessoas embriagadas ao volante ou pilotando moto. Neste caso, estes estão sendo conduzidos pela Polícia Militar para serem autuados na Delegacia de Polícia Civil.


O trabalho realizado pela Polícia Militar tem contado com o apoio da população e poucos são os que não obedecem às leis de trânsito. Em Rodolfo Fernandes, o pintor Carlos Figueira disse que o uso do capacete garante mais segurança para o condutor.


Já o professor Tiago Lima Barra, que mora em Malhada Vermelha, comunidade rural de Severiano Melo, destaca que a Polícia Militar faz um bom trabalho na região. Em Itaú, os representantes comerciais Lindemberg Medeiros, Joelinton Morais e Tenório Lima comentaram que diariamente percorrem as rodovias de várias cidades da região Oeste, mas em Apodi, a exigência tem sido bem maior do que em outros municípios.


O aposentado Francisco Praxedes diz que a Polícia Militar tem feito sua parte, mas muita gente tenta prejudicar o trabalho. "Os que tentam mais prejudicar são aqueles que a gente pensa que têm algum conhecimento das leis", denuncia Praxedes. Mesmo com a presença da PM nas estradas, ainda existem pessoas que insistem em não usar o capacete e/ou outros apetrechos de segurança.


O capitão Inácio Brilhante disse que essa exigência do uso do capacete e a proibição da circulação de motos e carros irregulares na região são atos importantes para a segurança da própria população. "Quando não se respeita o código de trânsito, as pessoas ficam muito mais suscetíveis a acidentes", afirmou o oficial, garantindo que o trabalho vai continuar, ou seja, cobrando o cumprimento das normas previstas do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN).


CAPITAL DO OESTE Em Mossoró, já existe a cultura do uso do capacete. O trabalho da Polícia Estadual de Trânsito se resume a realizar blitz na cidade para combater o uso de veículos por menores, pessoas desabilitadas e embriagadas, assim como de forma mais contundente combater ou inibir a atuação de assaltantes nos pequenos comércios da cidade. Mesmo assim, o número de acidentes é alto pela quantidade de motos que circulam em Mossoró.


Ocorrências aumentaram 754% em 10 anos


O Instituto Sangari divulgou ontem, dia 13, o Mapa da Violência 2011 com os números referentes a acidentes com motocicletas no Brasil no período de 1998 a 2008. Consta que houve um aumento 754% de acidentes com mortes neste tipo de veículo. O número de acidentes com vítimas lesionadas aumentou na mesma proporção.


Em 1998, aconteceram 1.047 mortes e em 2008 este número chegou a 8.939, o que corresponde à população da cidade de Martins, na região Serrana Potiguar. O pesquisador que coordenou o trabalho de pesquisa, Júlio Jacobo, credita o crescimento da mortalidade de motociclistas ao crescimento da frota no país depois da década de 90.


Este crescimento, conforme o Mapa da Violência 2011, foi de 368,8%. "Há 30 anos, as motos representavam uma parcela praticamente insignificante do total de veículos. Era visto como um artigo de luxo e era inacessível à população. A partir da década de 90, houve a popularização das motocicletas", informa Júlio Jacobo.


Com incentivos fiscais do governo, a indústria de ciclomotores se instalou com força no país. Motos com preço em conta e manutenção igualmente baixo. Esta foi uma maneira encontrada pelo governo de reduzir o número de veículos nas ruas.


De acordo com dados do Departamento Nacional de Trânsito, em 1970, em um total de 2,6 milhões de veículos, só existiam registradas 62.459 motocicletas - 2,4% da quantidade de veículos. Em 1998, a quantidade de motocicletas subiu para 2,8 milhões, o que representa 11,5% da frota total do país. Em 2008, o número saltou para 13,1 milhões, representando 24% do total nacional de veículos.


De acordo com a pesquisa, a taxa de óbito dos motociclistas oscilou de um mínimo de 67,8 mortes a cada 100 mil motocicletas em 1998 a um máximo de 101,1, em 2002. A média da década é de 92,3 óbitos a cada 100 mil motocicletas registradas. O risco de um motociclista morrer no trânsito é 14 vezes maior que o de um ocupante de automóvel. Se essa tendência continuar, em 2015 a morte de motociclistas no trânsito vai superar os índices de todos os outros veículos juntos, segundo o Mapa da Violência. A pesquisa do Instituto Sangari indica claramente a necessidade de se investir em campanhas para reduzir o número de acidentes com motoqueiros e até para reduzir os custos com saúde.


* Jornal de Fato

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